Dimensões da Igreja na Diocese de Lages
Participar nos Grupos de Família, expressão privilegiada das Comunidades Eclesiais de Base, CEB’s, de onde brotam todos os serviços pastorais e para os quais devem estar voltados.
Participar nos Conselhos Pastorais Comunitários, Paroquiais e Diocesano. São espaços de participação e democratização do poder da comunidade eclesial. São instrumentos de unidade entre as diversas iniciativas da evangelização, além de oportunizar a ação evangelizadora dos leigos e leigas.
Participar nas Assembléias Comunitárias, Paroquiais e Diocesana. São espaços de avaliação, da tomada das decisões, da elaboração dos objetivos, do estabelecimento das metas, programas e projetos pastorais.
Participar das celebrações comunitárias da Palavra, da Eucaristia, dos outros sacramentos, bem como da manutenção da comunidade através do dízimo, conforme as orientações pastorais diocesanas.
Participar nos diversos ministérios, pastorais e outras iniciativas comunitárias, que nascem das necessidades da comunidade e dos dons que cada pessoa coloca a serviço de todos.
É missão da Igreja, através da ação evangelizadora, viver o mandamento do amor e a defesa da vida (Jo 10,10). A sua missão não é responsabilidade de alguns, mas de todos. Todos e todas são chamados a um serviço ou ministério, tanto na Igreja como na sociedade. Deste entendimento brotam todos os ministérios, nenhum mais importante do que o outro, pois todos devem estar a serviço da vida, da comunidade, indo ao encontro dos afastados e excluídos, para a edificação da comunidade, que é o Corpo de Cristo. (Jo 13,1ss).
Há ministérios ordenados (bispo, padres, diáconos permanentes) e ministérios não ordenados (consagrados e consagradas, leigos e leigas). Os ministérios e serviços pastorais emergem das necessidades da comunidade. Entre eles, enumeram-se: Animadores e Animadoras de Grupos de Família, Catequistas, Animadores e Animadoras da Palavra/Liturgia, Ministros e Ministras da Comunhão, Batismo e Testemunhas Qualificadas do Matrimônio, Pastoral Vocacional, Pastoral da Bênção, Pastoral da Visitação e da Acolhida, Agentes da Pastoral da Saúde, Pastoral dos Idosos, da Juventude, da Coordenação, Festeiros e Festeiras, Conselheiros e Conselheiras, Líderes da Pastoral da Criança, Agentes Cáritas, Legionárias, Apostolado da Oração, Movimentos Eclesiais, Coroinhas e Infância Missionária, Pastoral do Dízimo, Secretaria Paroquial, Administração.
Do ponto de vista da sociedade civil, é indispensável a presença e atuação dos cristãos leigos e leigas nas diversas organizações sociais e políticas, espaços do exercício da cidadania e garantia dos direitos: Centro dos Direitos Humanos e Cidadania da Região Serrana, Associações, Sindicatos, Conselhos Municipais, Cooperativas, Partidos Políticos, Fóruns Locais e Regionais, Comitês pela Vida e Reforma Agrária, enfim, em outros movimentos populares que estão a serviço da vida.
O Fórum das Pastorais Sociais da Diocese de Lages abriga, hoje, 50 organizações, entre pastorais, serviço hospitalar, entidades de atendimento, projetos de geração de renda e centros sociais. Essas organizações atingem milhares de pessoas excluídas, principalmente crianças, adolescentes e mulheres.
A comunidade reunida na fé, perseverante na escuta e na prática da Palavra, na comunhão fraterna, no partir do pão nas casas e no templo, atualiza a presença de Jesus, o Senhor Ressuscitado, experimentando verdadeiramente, “Ele está no meio de nós”. Por isso na igreja que queremos, a comunidade celebra sua vida litúrgica, os sacramentos, as festas, datas e fatos significativos. A celebração eucarística, as celebrações dominicais da Palavra, presididas por leigos e leigas, o encontro semanal dos Grupos de Família, são espaços privilegiados da igreja celebrativa. O modo como a celebração é preparada e realizada, revela o modo de ser igreja.
A Comunidade Eclesial de Base, ou seja, toda a Igreja-Povo de Deus, deve estar atenta em fazer sua a mesma prática missionária do Senhor e Mestre Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10) .
Uma igreja sinal e instrumento do Reino está no mundo em defesa da vida, onde esta estiver mais ameaçada. Vai ao encontro e dialoga com o “outro”, com aquela pessoa que se diz católica, mas que não participa da comunidade eclesial, que está afastada, excluída do convívio da comunidade. Atenção especial merecem as famílias e casais nas mais diversas situações: separadas, divorciadas, recasadas, ajuntadas, mães e pais solteiros e pessoas em situação de pobreza. Os ministérios da acolhida e da visitação tornam-se serviços indispensáveis e de dimensão verdadeiramente missionária.
A primeira terra de missão é a família reunida em Grupo de Famílias. Ali se encontra a criança, o adolescente, o jovem, a mulher, o idoso, a pessoa empobrecida. A missão continua entre os grupos, entre comunidades e paróquias.
Importa ouvir sempre o apelo de Jesus: “Pai Santo, guarda-os em teu nome … para que eles sejam um, assim como nós somos um… para que o mundo acredite que tu me enviaste” (Jo 17,20-21). A luta pela vida, pelos direitos da cidadania, definitivamente, não tem fronteiras.
Além das parcerias que a Igreja deve buscar junto às outras organizações da sociedade, segundo Jesus, é sinal de unidade o esforço conjunto das Igrejas Cristãs, na evangelização libertadora.
Somos filhos e filhas de Deus, não porque pertencemos à Igreja Católica, mas porque somos seres humanos feitos à imagem e semelhança do mesmo Criador, morando na casa comum dos irmãos e irmãs. Isto é ecumenismo.
Uma igreja Sócio-Transformadora
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor. (…) Então Jesus começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da escritura que vocês acabam de ouvir” (Lc 4,18-19. 21).
Fieis à Palavra de Jesus na tradição dos profetas e das profetizas do Povo de Deus, queremos assumir o mesmo projeto do anúncio da Boa-Notícia/Boa Realidade e da denúncia de todos os sistemas que geram a morte. Somos Igreja de Jesus quando nos comprometemos, como nosso Mestre, em derrubar dos tronos os poderosos e exaltar a vida dos pequenos e humildes (Lc 1,46-56).