Notícia
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MENSAGEM DOS BISPOS CATARINENSES AO POVO DE DEUS
Irmãos e irmãs, Povo amado que Deus nos confiou,
Saúde e Paz!
Nós, Bispos das Dioceses de Santa Catarina, em reunião virtual, no dia 03 de março último, ao refletirmos sobre a missão que cabe à Igreja no atual contexto, sentimos o desejo de transmitir nossa mensagem de esperança e de proximidade. O Papa Francisco, no número 33 da Carta Encíclica Fratelli Tutti, diz-nos que “a tribulação, a incerteza, o medo e a consciência dos próprios limites, que a pandemia despertou, fazem ressoar o apelo a repensar os nossos estilos de vida, as nossas relações, a organização das nossas sociedades e, sobretudo, o sentido da nossa existência”.
Desde o início da Igreja, a identidade dos cristãos foi o amor recíproco. Já se dizia: “Vejam como eles se amam!” (Tertuliano +220). Agora, mais do que nunca, é-nos pedido que coloquemos em prática essa norma de vida. A pandemia da Covid-19 é um sofrimento comum a toda humanidade. Em Santa Catarina, vivemos o pior momento, com hospitais em colapso e o número de vítimas aumentando a cada dia.
A pandemia alterou drasticamente nossas vidas, causando grande impacto em um sistema de saúde já fragilizado, na seguridade social, nos sistemas produtivos, na educação, na vida familiar, social e em nossa caminhada como Igreja. A insegurança e o instinto de preservação podem tornar-nos egoístas e individualistas. Aumenta uma onda negacionista que gera dúvidas e incertezas. Também é verdade que se pode verificar, por toda parte, solidariedade, ajuda e apoio recíproco. Nas paróquias, comunidades eclesiais missionárias e instituições religiosas catarinenses, multiplicam-se as redes de solidariedade em defesa da vida para que, nesse tempo de pandemia, ninguém seja deixado para trás.
Motivados pelo mandamento do amor, conclamamos a todos para que acolham, de bom grado, as orientações das autoridades, especialmente da vigilância sanitária, que têm por objetivos preservar a vida como compromisso com nosso dom mais precioso e agir pelo bem comum.
O atual momento de provação tem favorecido importantes aprendizados e oportunidades para a vivência e o anúncio do Evangelho. Reconhecemos, com gratidão, o empenho de tantas comunidades cristãs que foram criativas para manter a ação evangelizadora, especialmente pelas mídias sociais, promovendo a transmissão de celebrações litúrgicas, catequeses e aconselhamento aos fiéis. A Igreja doméstica foi fortalecida pelo protagonismo dos leigos e especialmente das mulheres na promoção da Igreja nas casas.
Agradecemos a grande dedicação dos padres, diáconos, religiosos e religiosas, ministras e ministros leigos no cuidado, na orientação e na assistência pastoral e espiritual junto aos que mais sofrem. É muito importante que seja oferecida aos fiéis oportunidade para a celebração do Sacramento da Reconciliação, momento de graça e renovação.
Pedimos que Deus acolha junto a Si os que morreram neste tempo e dê consolação e paz às famílias enlutadas. Agradecemos e abençoamos especialmente os incansáveis profissionais da saúde, os cuidadores e todos que atuam em serviços essenciais. Dirigimos a Deus nossa prece também pelos presbíteros, diáconos permanentes, consagrados e consagradas, leigos e leigas de nossas Igrejas, para que se sintam encorajados. Não desanimemos, não estamos sozinhos: o Senhor está conosco!
Suplicamos o amparo da Santa Mãe de Deus, a intercessão de São José e Santa Catarina de Alexandria, padroeira do nosso estado. Invocamos sobre cada irmã e cada irmão a bênção de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. A Divina Misericórdia continue fortalecendo e animando o povo catarinense.